O tempo habitual de trabalho de um funcionário CLT é, de acordo com a Constituição Federal, em média 8 horas por dia e 44 horas por semana. O que muitos não sabem – ou não se dão conta– é que, logo após esse longo expediente diário, muitas mulheres ainda têm uma grande jornada pela frente, complementando até cerca de 10 horas a mais, na dedicação em cuidados para outras pessoas e afazeres domésticos.
Levando a expressão quase ao pé da letra, o trabalho invisível feminino é todo o trabalho executado por mulheres, que não são vistos e renumerados. Isso porque, o trabalho de cuidar de outras pessoas e a realização de afazeres domésticos, quase sempre, cai nas costas das mulheres, trazendo a elas uma grande sobrecarga -e quase nada de lazer– que pode acarretar complicações como ansiedade, fadiga crônica e Síndrome de Burnout.
Infelizmente essa é uma realidade negligenciada, mas que desempenha um papel crucial na sociedade. Cuidar da casa, dos filhos e dos idosos, além de realizar tarefas domésticas como limpeza e preparo de refeições, são atividades não remuneradas que são feitas, diariamente, por diversas mulheres. Porém, apesar de essencial para o funcionamento de famílias e comunidades, o trabalho invisível não é devidamente valorizado.
Essa falta de reconhecimento tem um impacto significativo no bem-estar das mulheres e na equidade de gênero. A divisão desigual de tarefas domésticas, onde as mulheres muitas vezes assumem a maior parte do trabalho, perpetua estereótipos de gênero e limita o potencial de crescimento pessoal e profissional das mulheres. Isso se reflete também na esfera econômica, com mulheres enfrentando barreiras para avançar em suas carreiras devido à sobrecarga de trabalho em casa.
Tudo isso é feito, na maioria das vezes, sem um momento de descanso ou lazer para as mulheres. Assim, elas não conseguem tirar um tempo para, de fato, curtir a família, viajar, ou apenas relaxar em casa. Todo esse excesso de trabalho impacta mentalmente e fisicamente, já que, consequentemente, não sobra tempo para o autocuidado.
Reconhecer e valorizar o trabalho invisível é essencial para promover a igualdade de gênero e construir uma sociedade mais justa e inclusiva. Isso requer não apenas uma mudança nas normas culturais, mas também políticas e programas que apoiem a equidade de gênero em todas as esferas da vida. Ao celebrar e valorizar as contribuições das mulheres, podemos criar um mundo onde todas as pessoas, independentemente do gênero, tenham oportunidades iguais de sucesso e realização.
Portanto, neste Dia Internacional da Mulher, comemorado anualmente aos 08 de março, que tal nos comprometermos a ampliar a conscientização sobre o trabalho invisível feminino, que tanto sobrecarrega as mulheres? Trabalhando juntos, podemos promover grandes mudanças em direção à equidade de gênero. Você já tinha ouvido falar ou convive com a sobrecarga do trabalho invisível das mulheres? Deixe aqui seu comentário e enriqueça esta importante pauta.